A melhor forma de conhecer Joey Jordison é ouvindo ao álbum de estreia auto-intitulado do Scar The Martyr.
É a representação perfeita de sua habilidade de composição e sua propensão para uma sonoridade ampla e fascinante. Sente-se, feche os olhos e deixe Scar The Martyr assumir o controle.
Você sente que as quatro faixas bônus — "Flatline & Fracture", "Digging For Truth", "Coat of Arms" e "Complications" — cristalizam a visão inteira de Scar The Martyr?
Sim, e é estranho. Nos dias de hoje quando você está fazendo um álbum, não é como nos velhos tempos que você podia gravar 30 músicas em um álbum que as pessoas realmente iriam se sentar e ouvir todas as 30 músicas. Eu gostaria de ter colocado todas as músicas no disco, mas é estranho o que temos que fazer no iTunes e coisas assim. Mesmo sem as quatro músicas bônus, você pode obter o álbum. No entanto, essas quatro música completam ele. Você está certo.
Como são essas quatro?
O torna essas quatro músicas especiais, como um todo, é que elas têm uma espécie de retrocesso a década de 80 do Thrash Metal. Esses sons realmente não se encaixam para onde o álbum foi parar, num geral. Quando você coloca essas quatro músicas juntas, é quase como se tornassem seu próprio EP ou álbum separado, sabe o que quero dizer?
Absolutamente, não há uma linha de "Flatline & Fracture" para "Complications".
Como surgiu "Flatline & Fracture"?
Realmente não vem de qualquer lugar. Eu não consigo identificar exatamente o tempo, mas foi a partir de uma das primeiras sessões demo que fiz. Algumas das canções são demos desse mesmo período. Entretanto, foi uma sessão separado a partir do momento que fez o resto do álbum. Eu estava em um modo mais otimista, thrasher, headbanger quando fiz aqueles. Saiu tudo ao mesmo tempo. Foram escritos em conjunto. É por isso que se encaixam. Não é como se tivesse B-Side ou o B-Side que você ouve de bandas que colocam canções soando completamente diferente. Esses quatro sons se encaixam dentro do mesmo tipo de ideal ou sentimento. É por isso que os mantive especificamente juntos.
Você se sente mostrando diferentes partes de sua alma em todo o álbum? Esse é um Joey Jordison nunca visto e ouvido antes...
É. Esse foi o ponto de vista inteiro. Se eu fosse fazer outro álbum, eu deveria ir em diversos domínios e territórios não experimentado antes. Não há razões para simplesmente entrar e fazer um projeto de black metal, death metal, pós-punk, seja como qual gênero quiser definir. Eu queria abarcar todos os estilos diferentes. Se eu estava indo colocar algo a mais em minha carreira, tinha quer algo bem original e que se destacasse. Pegar ou largar isso, eu tinha que estar cem por cento feliz com isso, e acho que o disco saiu absolutamente incrível.
Qual foi o aspecto mais gratificante na 'viagem' para fazer este álbum?
Quando eu comecei a coisa toda, eu pensei: "Cara, realmente vai valer a pena? Será que vai sair do jeito que espero? As pessoas entenderão minha visão? Os fãs irão gostar?". Então eu percebi, "Eu tenho que gravar essa merda!", simplesmente parei de me preocupar com as opiniões dos outros, ou o que ninguém pensou. Isso realmente resultou no som do disco. Eu só me afundei no projeto. Essa música e eu, é tudo que importa agora. Não estou preocupado com qualquer resultado. Tomei liberdade dentro da minha alma para dizer "Foda-se", e daí as músicas começaram a tomar forma. Uma vez que me soltei com minha escrita, não estava preocupado em impressionar ninguém. Não estava sendo pressionado por ninguém ou tentando me encaixar em algo ou viver de acordo com alguma coisa. Me diverti escrevendo o álbum.
Isso lhe dá liberdade.
Na primeira audição, é como se você pegasse aquilo. E você sabe que vai gostar, ou odiar. Quanto mais você ouvir, mais irá perceber. De um monte de experiências, inclusive minhas, quanto mais ouço mais percebo os detalhes. Há tanta merda naquele disco, musicalmente e subliminarmente. Há tantos formas e humores. Não é fácil 'digerir' ouvindo apenas duas vezes. Há sempre alguma coisa que te puxa de volta para ouvir novamente. Daí você começa a ouvir as outras partes. Meu melhor exemplo é esse. Uma música será sua favorita do dia. De repente, outra se tornará a favorita. Não é como se apenas três canções se destacaram. Isso é que é o bom sobre o álbum. Há tanta coisa para mantê-lo surpreendente quando você o escuta.
Você está falando através da música, assim como Henry está através das letras.
Sim, é uma união definitiva lá. Os vocais tinham que ser algo especial para fazer os riffs brilharem. Foi difícil encontrar um cantor que combinasse com essas músicas. Eu tentei com um monte de vocalistas e não estava funcionando com nenhum, até que encontrei Henry. Ele foi o vocalista perfeito para essa banda.
Como surgiu a parte visual da banda?
Muito disso veio com base de mim tentando descobrir o que eu queria fazer visualmente com esta banda. Especialmente a capa do álbum e as imagens dentro dela, eu queria encapsular o visual que estava vendo ao ouvir isso. Isso é o que amo em relação a música e a arte juntas. Quando ouço músicas, vejo uma cor. Algumas músicas podem me fazer pensar no vermelho. Ou alguma, me fazem pensar no roxo. Essa canção me faz sentir cinza ou totalmente preto. Eu vejo cores. Essa é a menira de que me aproximo da arte tão bem.
Então, você vê a música em termos visuais?
É sempre em cores e efeitos visuais. Sempre me ajuda com riffs de guitarra. Pode ser um visual ou um sentimento que me inspira no riff de guitarra.
Como o Scar The Martyr está se saindo ao vivo?
É diferente. Uma música que eu sabia que era ótima, mas não sabia como passaria para o palco, foi "Cruel Ocean". Ao vivo, cara, as pessoas cantam junto. Parece que um dos pontos mais brilhantes do setlist é quando algumas músicas são mais carregadas. "Blood Host" ou "Dark Ages" tem um modo mais violento. Então há momentos altos, obscuros, lentos, e temos de acabar nosso show com o ataque de "Last Night on Earth". É por isso que terminamos o álbum com essa música. Quando eu estava construindo tudo do álbum, era quase como se eu estivesse passando pelo estado de espírito que eu gostaria de passar ao vivo.
Agora, você está indo para turnê com duas bandas que você já tocou bateria.
É realmente irônico [risos]. Nesta turnê, eu já toquei para ambas as bandas, e agora estou indo abrir com outra banda. É realmente estranho como tudo aconteceu. Estou super empolgado para fazer parte dela. Deve ser um grande momento.
Eles também o influenciaram.
Ambos têm sido uma influência. Sou fã de ambas as bandas. É estranho como as coisas formam um círculo completo. Com o sucesso do Slipknot, nós nos tornamos uma força a ser reconhecida, e esses caras se tornaram meus colegas, e eles são de bandas que eu ouvia desde antes do Slipknot se tornar grande. Agora, o Scar The Martyr sairá em turnê e abrirá os shows. É legal como tudo se desenrola juntos. Eu provavelmente vou gastar um monte de tempo no ônibus com Jonathan. Estamos muito perto. Será uma das turnês mais especiais que eu possa lembrar fazendo.
Como se sente indo para o próximo álbum do Slipknot?
Será uma transição que eu acho que precisamos nesse momento de nossas vidas. Eu acho que será fácil entrar para a gravação. Todo mundo está em um bom momento mentalmente. Assim como todos os álbuns do Slipknot, que são tão diferentes. Com a animação em torno de eu ter feito um álbum sozinho, eu sei que será incrível. Essa vibração por si só já configura o álbum a ser surpreendente. Uma vez que estamos juntos e sabemos que estamos fazendo um disco... Não há limites. Não há nenhum tipo de fórmula específica que estamos tentando encaixar. Não estamos preocupados com rádio. Será a primeira vez sem Paul Gray. Será um álbum do Slipknot incrível. Estou super animado para isso. Irá valer a pena.
Você se divertiu tocando com Unlocking The Thruth?
Ah, sim! Conhecemos todos eles. Escolhemos a dedo para abrirem o show do Scar The Martyr, em Nova Iorque. Eles foram absolutamente ótimos. Saímos com eles e eles foram muito legais! Me lembro exatamente assim. E até coloca um sorriso no meu resto [risos].
Traduzido e adaptado do ARTISTIdirect.com
4 de novembro de 2013
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